Pesquisar este blog

domingo, 15 de novembro de 2015

Cronologia da História de Mossoró

1605 - Jerônimo de Albuquerque cede uma sesmaria(terra) aos filhos na área onde hoje está Mossoró. Mas o fato não tem relação com o povoamento do local.

1678 - Moradores das capitanias e Pernambuco e Rio Grande decidem povoar o sertão da província. Este fato deflagra o povoamento da região.

1739 - Os historiadores registram a existência da Fazenda Santa Luzia, de propriedade de Teodorico da Rocha Bezerra.

1770 - O sargento Antônio de Souza Machado é o novo proprietário da Fazenda Santa Luzia.

1772 - Atendendo pleito de Antônio de Souza Machado, as autoridades eclesiásticas concedem licença para a construção da Capela de Santa Luzia, fundamento para o povoamento da área.

1842 - A resolução 87 torna Mossoró, que já tem este nome, Freguesia.

1852 - Mossoró é declarada Vila e Município, o que dá origem a formações políticas.

1853 - Instalada a Câmara Municipal de Mossoró.

1861 - Mossoró é declarada Comarca, pela lei nº 499.

1870 - A 9 de novembro Mossoró é declarada Cidade.

1883 - Através de batalha da Loja Maçônica 24 de Junho, Mossoró se torna a primeira cidade do Rio Grande do Norte a libertar os escravos.

1927 - Lampião ataca a cidade em 12 de junho e é rechaçado pelas forças locais. O cangaceiro Jararaca é ferido em combate e morre em Mossoró.

1927 - A professora Celina Guimarães Viana requer o direito de voto e obtém se tornando posteriormente a primeira eleitora da América Latina.

Fonte:Jornal Gazeta do Oeste
Domingo,  11 de dezembro de 1994

sábado, 7 de novembro de 2015

Vila Maisa

Espaço destinado a postagens da Vila Maísa, uma das mais importantes comunidades do município de Mossoró.

Comunidades

Aqui será postado a história das comunidades do município de Mossoró.

sábado, 3 de outubro de 2015

Dix-Huit Rosado - ex-prefeito


Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia, nasceu em 21 de maio de 1912, na cidade de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte. Filho de Jerônimo Rosado Maia e Isaura Rosado Maia, formou-se, no ano de 1935, em Medicina pela Universidade Federal da Bahia e em 1937 contraiu matrimônio com Naide Medeiros Rosado com quem teve seis filhos: Liana Maria, Mário Rosado, Margarida Maria, Maria Cristina, Naide Maria e Carlos Antonio Rosado.

A partir dos anos 40, Dix-Huit Rosado dedicou-se à vida pública nas três esferas, federal, estadual e municipal. Sempre com a atenção voltada para sua terra natal, todas as vezes que exerceu algum cargo público procurou de certa forma beneficiar Mossoró. Um exemplo claro desse comportamento foi quando esteve à frente do Instituto Nacional do Desenvolvimento e Reforma Agrária – INDA, que conseguiu construir, equipar e federalizar a Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM, atual Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA. Foram tantas atitudes como esta, que nos leva a admitir que o êxito eleitoral de Dix-Huit em Mossoró, acredita-se ter acontecido como forma do povo mossoroense demonstrar seu reconhecimento pela sua obsessiva luta em beneficio da cidade onde nasceu. Em Mossoró foi prefeito durante três mandatos: o primeiro de 1973 a 1976; o segundo de 1983 a 1988; e o terceiro de 1993 a 1996. Marcadamente, a sua preocupação com a cultura de Mossoró data de 1984 quando idealizou a criação da Zona Especial do Corredor Cultural de Mossoró, realizando no dia 28 de setembro um seminário para discutir o assunto; e em 1993 com a criação da Fundação Municipal de Cultura, através da Lei 756/93, do dia 24 de agosto, e a realização do V Fórum Cultural de Mossoró de 12 a 28 de agosto.

O Velho Alcáide, como gostava de ser chamado, era portador do título de Professor Honoris Causa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e de Sócio Benfeitor e Honorário de todas as Sociedades e Associações Estaduais de Engenheiros Agrônomos e Veterinários do Brasil.
Em reconhecimento aos seus méritos de cidadão e homem público de vida ilibada, foi ainda agraciado com o titulo de Cidadão Cearense, Paraibano, Fortalezense, Natalense, e além de cerca de 50 outros municípios que lhe outorgaram o mesmo título, como Assú/ RN, Carnaubais/RN, Governador Dix-Sept Rosado/RN, Ibirubá/RS, Ipanguaçu/RN, Uberaba/MG, Uberlândia/MG, Surubim/PE, Quixadá/CE, Castanhal/PA e outros, todos localizados nos mais diferentes pontos do País.

Dix-Huit costumava dizer: “Quem não faz um pouco mais por sua terra, não fará nada pela terra de ninguém”. Frases como esta o imortalizaram. Serra Grande (era assim que muitos mossoroenses e sua filha caçula – Naide Maria, o chamavam), veio a falecer na função de Prefeito de Mossoró (seu terceiro mandato) em 22 de outubro de 1994 aos 86 anos de idade.

Dix-Huit Rosado é hoje e será considerado sempre, na historiografia mossoroensse, um verdadeiro patrimônio da cidade de Mossoró. É patrono de um Teatro Municipal na cidade de Mossoró, o "Teatro Municipal Dix Huit Rosado"

História do Teatro Dix-Huit Rosado

Teatro Municipal Dix-Huit Rosado

A história de luta pela construção de um Teatro Municipal para Mossoró vem desde o início do Século passado (Sec. XX), mais acentuadamente nos anos 80 e 90, com as lutas dos artistas mossoroensses mobilizados e coordenados pela Cooperativa Caiçara de Artistas, Técnicos e Produtores Culturais de Mossoró – COOCAR.

É preciso lembrar o acirramento das lutas e protestos que esses artistas, reivindicando um Teatro para Mossoró, vivenciaram, chegando a realizar uma “Procissão das Tochas”, no dia 24 de agosto de 1993. Percorrendo durante 24 horas as principais ruas, praças e logradouros de Mossoró, gritando palavras de ordem, lendo textos teatrais e poemas e fazendo encenações, esta estratégia foi uma forma de chamar a atenção do poder público e da população em geral para a necessidade de ser construído em Mossoró, um Teatro Municipal. A partir daí, as preocupações do poder público foram se aguçando e em 1996, a Prefeitura Municipal de Mossoró – PMM, alugou o prédio do Cine Teatro Cid (que estava desativado) e lá instalou, provisoriamente, o Teatro Municipal de Mossoró denominando-o de Lauro Monte Filho. O Teatro Municipal Lauro Monte Filho, em 2001, passou a ser estadual e o Teatro Municipal de Mossoró passou a ser chamado de Dix-Huit Rosado, conforme Lei Nº 1534/2001, de 24 de agosto de 2001.

Com a presença da PETROBRAS nesta cidade de Mossoró, empresa interessada em estreitar laços com as comunidades onde atuava, é convidada pela PMM para juntas realizarem a empreitada de construírem o Teatro Municipal de Mossoró. Acatado o desafio, em 2001 iniciou-se a construção do Teatro Municipal de Mossoró, um investimento da ordem de R$ 6 milhões, graças à parceria realizada entre a PETROBAS, Governo do Estado e Prefeitura Municipal de Mossoró, sendo sua inauguração em 05 de agosto de 2004. Esse ato inaugural contou com a presença da então prefeita Rosalba Ciarlini Rosado, o vice-prefeito Antônio de Farias Capistrano, o presidente da Fundação Municipal de Cultura Antônio Gonzaga Chimbinho, o deputado federal Betinho Rosado, o Gerente Geral da PETROBAS no Rio Grande do Norte Horácio Lugon e outras autoridades.

A programação de inauguração foi realizada no período de 06 de agosto a 03 de setembro de 2004, praticamente um mês de festa em exaltação à arte e à cultura. Nessa ocasião, apresentaram-se artistas e grupos tais como: Antônio Nóbrega (Recife - Pe), Clotilde Tavares(Natal-RN), Cia. Gesto de Dança (Mossoró-RN), Sônia de Paula(Rio de Janeiro – RJ), Grupo de Teatro Pessoal do Tarará(Mossoró-RN), Christian Pinheiro (Mossoró - RN), Cia. Cazumbá de Teatro e Dança (São Luiz- MA), Cia. RN de Teatro (Natal – RN), Elizabeth Savalla (Rio de Janeiro – RJ), Coral Madrigal da UFRN (Natal - RN ), Grupo Imburana Mororó (Mossoró-RN), Grupo de Teatro Universitário de Mossoró – GRUTUM (Mossoró-RN), Grupo Vina (Mossoró-RN),Eliane Giardini (Rio de Janeiro – RJ), Música de Câmara Brasil (Rio de Janeiro – RJ), Cia. Escarcéu de Teatro (Mossoró-RN), Coral Carcará (Mossoró – RN), Coral da PETROBRAS (Natal – RN), Orquestra Talento PETROBRAS (Natal – RN), Cia. Pão Doce de Teatro (Mossoró-RN), Gal Costa (Rio de Janeiro – RJ),Cia de Teatro Sol ( Natal - RN) e o Grupo Arruaça (Mossoró-RN).

O Teatro Municipal Dix-Huit Rosado – TMDR , está localizado na Praça Cícero Dias, S/N, em Mossoró/RN, fazendo parte do "Corredor da Cultura de Mossoró", ocupando a posição entre a Estação das Artes Elizeu Ventania e o Memorial da Resistência, ambos na Av. Rio Branco.
Erguido em arquitetura italiana, é considerado um dos mais modernos do Brasil, tendo seu projeto arquitetônico sido elaborado pelos arquitetos: Carlos Augusto Nogueira Mendes, Luiz Eduardo L. Moura Falcão, Vera Cidley Paz de Lira e C. Soares, todos servidores da Prefeitura Municipal de Mossoró. Foi construído numa área de 2.570 m2 e conta com 738 lugares, sendo 600 na plateia, 68 nos camarotes, 64 nas galerias e 06 para portadores de necessidades especiais. É composto por um átrio, bilheteria com sala de apoio, foyer, bomboniere, banheiros masculino e feminino, foyer superior com bar/café e banheiros, sala de ensaio, cabine de luz e som, caixa cênica, proscênio, palco, coxias, sala de piano, 2 camarins individuais, 2 camarins coletivos, copa/cozinha, lavanderia, rouparia, sala de costura, setor administrativo, recepção, secretaria e diretoria, 2 salas de eventos, doca de carga e descarga, oficina e depósito de cenário, casa de máquinas, gerador e subestação de energia. Enfim, conta com o que há de mais moderno em estrutura de teatro no Brasil.

domingo, 26 de julho de 2015

Do provinciano ao universal

A história da evolução cultural do homem, em seu processo interativo com o habitat, apresenta rústicas características comportamentais, fixadas ao longo do tempo, na índole e na alma, tornando-o inculto ante a árdua luta pela sobrevivência. 

Compilando-se os fatores evolutivos que incidiram a sociedade, nos últimos 60 anos, verifica-se quão nostálgica é a postura do homem provinciano, nascido e criado nos campos e nas cidades interioranas. É calado, meio desconfiado, sem capacidade(algumas vezes) para discernimento aos truques que lhe são asquerosamente aplicadas pelo chamado “homem universal ou homem da metrópole”. 

Chamam de matuto ao provinciano, esquecendo-se, muitos, de que é dele que sai a voz candente, representativa das multidões silenciosas.  O seu lado sorumbático reflete a solidão remanescente do sangue camponês a correr em suas veias. 

Os homens das grandes cidades, em sua maioria, pensam e acham, erroneamente, que o homem oriundo da zona rural ou de pequenas cidades, é m ser sem outro direito que o de trabalhar e retirar o chapéu da cabeça, em gesto humilde e delicado de submissão aos senhores, em primeiro lugar, e depois aos santos. A humildade sempre presente em seus atos e palavras obedece a sentimentos nativos polidos pela disciplina doméstica. 

A universalidade dominante na metrópole evidencia amálgamas de contraditórios reflexos, explodindo em terríveis manifestações de ódio e violência. Relembremos o provincianismo presentes nas antigas eleições, mostrando os embates saudáveis dos velhos tempos. Os que disputavam o poder de mando àquela época, de ambos os lados, nunca esqueceram de acatar os predicados e as virtudes alheias na cortesia recíproca de homens igualados pelo mesmo nível de educação. 

No contexto do direcionamento da prole familiar, cumpria-se, com rigor, o princípio tradicional, que representava uma norma de conduta. Nas reuniões familiares d’antanho os assuntos se apresentavam. Já censurados pela norma do bom senso. 

Há uma premissa no contexto sociológico, que parte do princípio de que “O UNIVERSAL É APENAS UM AVANÇO DAS FORÇAS DO PROVINCIANO”. As pessoas que crescem dentro dos padrões inflexíveis, dimensionados pela ortodoxia social ainda perceptível, apresentam maior adaptabilidade aos ditames morais que regem a sociedade como um todo. Resina-se na mudez desapontadora das grandes atribuições do espírito. 

O materialismo dialético reinante explode (nos homens ditos civilizados) o subconsciente atávico, induzindo-o a uma reação tumultuante, com desfecho na violência dos seus influxos instintivos. o processo interativo vivido nas grandes cidades, conduzem a uma indesejável convivência com os processos degenerativos da violência, infiltrados em todos os segmentos sociais. 

Num processo antagônico à azáfama atual, com os engarrafamentos atuais – estonteantes e irritadiços, trago à lume o Código de Posturas de Mossoró, evidenciado pelo jornal “O Mossoroense”, edição de 17.09.1908, dando ênfase à necessidade de preservação do silêncio harmonioso, ocasião em que evoca o art. 54 que determina: “COMBOIOS OU TROPAS DE ANIMAIS NÃO PODERÃO ENTRAR E SAIR NESTA CIDADE COM CHOCALHOS DESTAMPADOS NOS ANIMAIS”. A seguir advertência do Jornal nos seguintes termos: “Ainda ontem nos chamou a atenção a passagem pelo beco, formado pelas nossas oficinas e a Pharmácia Rosado, de um comboio, cujos animais traziam os chocalhos num repique infernal. E o Fiscal?... “

É por demais expressiva a diferença, no que diz respeito ao bem estar do próximo naqueles idos tempos, para os dias atuais. Hoje, deparamo-nos diuturnamente com insolentes adolescentes, num frenético ritual de letal exibicionismo sonoro – provocante e irritadiço. 

Há que se admitir que o silêncio impõe harmonia, ao contrário do barulho  - que atropela a formulação de fantásticas ideias e inibe a capacidade de completo discernimento da realidade vivida. DEUS está presente no silêncio e na reflexão de cada um. 


Mossoró, 20.07.1997.
Por Marcos Pinto - historiador e advogado 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Wilton Alves


WILTON ALVES MAIA, natural de Mossoró/RN, filho de Manoel Wilson Maia e Raimunda Francisca da Conceição Neta, nasceu às 09 da manhã na Maternidade Santa Luzia, no dia 10 de abril de 1996.

Começou a estudar aos três anos de idade no Colégio Tereza Neo,  e hoje estuda o terceiro ano do ensino médio na Escola Estadual Prof. José Nogueira, ambos na cidade de Mossoró. 

Mora atualmente no Bairro Santo Antônio, o maior bairro de Mossoró, localizado na Zona Norte da cidade. Wilton gosta muito de sua cidade e de notícias com cunho policial, por isso tem uma página no facebook de nome “MOSSORÓ NOTÍCIAS”, onde posta diariamente notícias, informações sobre Mossoró e região. 

Número de contato: (084) 9125-7192

Para acessar a sua página, clique aqui 

domingo, 29 de março de 2015

Mossoró - Beatriz Bandeira

Um vento morno
de salitre e fogo
abre flores de sal
nos velhos muros
Esquálidos meninos macilentos
tangem bandos de cabras esqueléticas
e, sob um sol que queima
e um chão que abrasa,
desenham Portinaris na paisagem.
“Índio é terra que anda”
disse um poeta.
E eu vejo em tua gente,
retorcidas raízes, rijos caules,
e essa força que brota
de entranhas minerais
da terra calcinada, e se prolonga
em duras caminhadas.
Mossoró, Mossoró, predestinada aurora,
pioneira de lutas precursoras
castigada e sofrida sentinela
de históricas vigílias.
Um vento morno
de salitre e fogo
abre flores de sal
nos velhos muros
e lágrimas de dor
choram meus olhos
de saudade e de ausências consumidas.

Beatriz Bandeira
Do livro: "100 Poetas de Mossoró", Fund. Guimarães Duque, Fund. Vigt-un Rosado, Col. Mossoroense, 2000, RN

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Raimundo Sacristão

Durante muitos anos, Mossoró acolheu Raimundo Sacristão, um velho e competente ajudante de missas que eram realizadas na Matriz de Santa Luzia em Mossoró, todas, celebradas pelo Monsenhor Huberto Bruening, que durante 48 anos foi sacerdote em Mossoró, nascido em 30 de Março de 1914, em São Ludgero, Santa Catarina, com descendência alemã, e faleceu em 29 de Agosto de 1995. 


Raimundo Sacristão, primeiro à esquerda, Sila, Titico Maia, Padre Huberto, Bibiu Gurgel e Daniela Maia.
Nesta foto Raimundo Sacristão aparece ao lado esquerdo do casal Sila e Titico Maia, ajudando ao batismo realizado pelo Monsenhor Huberto Bruening, e possivelmente os padrinhos de batismo são Bibiu Gurgel e sua esposa Daniela Maia, que eram proprietários da casa bancária S. Gurgel em Mossoró.

Raimundo Sacristão nome recebido pela população de Mossoró, e também pela sua vocação religiosa (católica), morava no centro da cidade à Rua 13 de Maio. Era solteiro, de estatura média, moreno, calvo e vivia sobre os cuidados da mãe. Costumeiramente, no mês de Maio de cada ano, realizava em frente a sua casa 9 noites de novenas, todas assistidas pela população de Mossoró.

Raimundo Sacristão foi um dos mais competentes e conhecidos no que se refere à sacristia. Cumpriu sua vocação religiosa, zelando sempre pela Matriz de Santa Luzia em nossa querida Mossoró.
Não tenho maiores informações sobre o Raimundo Sacristão, data de nascimento e da sua morte, apenas quero registrar a sua passagem pela terra, e principalmente por Mossoró, cidade que o amparou por toda sua vida, pelas suas prestações de serviços ao mundo religioso.

Por Heuber Filgueira - "Pesquisador" da história mossoroense. 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Manoel Torquato


Manoel Torquato de Araújo, foi um grande sindicalista, um grande visionário, um líder afrente do seu tempo, na década de trinta.
Nasceu no Entroncamento – Carnaubais e viveu a infância e adolescência entre o Saco, Xambá, Cobé, Curralinho, Rosário, Alemão, Bela Vista e adjacências onde ainda hoje tem familiares.
Seu avô, era um dos trabalhadores da terra de Camilo de Lelis Bezerra, e Torquato viveu sua infância na cozinha do Coronel Camilo.

Na juventude na busca por trabalho vai para as salinas e encontra idealistas que lutavam pela organização sindical dos operários das salinas e dos trabalhadores rurais. Se embeleza pela causa sindical e se despõe a ajudar a fundar sindicatos e organizar os trabalhadores, daí surge o nome de fundador do sindicato do garrancho, pois se reuniam nos garranchos da caatinga para traçar e planejar ações.

Antes de ir para as salinas ele foi também comerciante ambulante, daí conhecer todas as estradas dentro do mato para Macau, Pendencias, Mossoró, Areia Branca e região do Vale do Assú.
Manoel Torquato começa a sonhar com a reforma agrária, pois achava que o trabalhador deveria trabalhar no inverno em suas terras e na seca parte trabalharia no corte do carnaubal e outra parte nas salinas.

Por aderir as ideias dos comunistas que na época atuavam em Mossoró, nas organizações sindicais e fundação do PCB, foi considerado comunista, mas nunca se filiou ao partido.
Por participar das greves nas salinas e incentivar os trabalhadores do campo a se rebelarem contra o modo de exploração dos patrões, foi perseguido pelos latifundiários do Vale do Assú e passou a viver na clandestinidade, formando um grupo de trabalhadores liderados por Torquato.
Nas reuniões com os trabalhadores tanto das salinas como do campo, já pregava o lema Pão, Terra e Liberdade.

Da luta na clandestinidade o maior embate feito no Vale do Assú, foi a morte de Artur Felipe, no confronto com os latifundiários no Açude do Canto Comprido, no dia 01 de janeiro de 1936, porem antes houve duas ações: o sequestro do latifundiário Jorge Barreto e a invasão da casa do senhor Candido Soares Raposo no Jenipapeiro.
Como retaliação teve seu pai e posteriormente sua mãe foram assassinados com requintes e crueldade.

A morte de Torquato se deu a 16 de julho de 1936, numa estrada entre Alagoinha e Mossoró, tendo sido morto por um próprio membro do grupo chamado Feliciano Cardoso Pereira de Sousa, que o assassinou covardemente.
Após sua morte seu corpo foi exposto de pé na cadeia pública de Mossoró, onde se tirou a única foto conhecida de Manoel Torquato.
Foi casado com Iria Higino de Sousa, sendo ela natural da cidade de Angicos, com quem teve sete filhos.

A partir dos anos cinquenta, sua esposa passou a receber uma pensão vitalícia do Sindicato dos Trabalhadores da Extração de Sal de Mossoró.
Enquanto viveu Torquato teve residência no Entroncamento e em Mossoró.
Manoel Torquato de Araújo era alto, moreno usava bigode cabelos pretos, atrevido, inteligente e destemido foi assassinado aos 35 anos de idade, tendo sido considerado o líder da primeira guerrilha rural da América Latina.

Por Diego Araújo

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A crônica do dia: Nego Rubens, Carlus Augustus e Zé da Burra

Nego Rubens Dias

Cenário: "Beco das Frutas"- Centro de Mossoró. Manhã do segundo dia do ano de 2015. De forma errônea e corriqueira costuma-se afirmar, de forma generalizante, que o famoso "Beco das Frutas" reúne tudo que há de escória de/em Mossoró. Afirmativa que já está enraizada na concepção do povo mossoroense e dos que aportam nessa urbe. Em olhar furtivo e de afogadilho, dir-se-ia que assiste razão na assertiva. Todavia, em aprofundado estudo perfunctório, chegar-se-á à conclusão de que, nesta espécie de latifúndio de perdidas ilusões, sempre existiu uma espécie de bunker para os que querem um certo distanciamento dos conhecidos bêbados que cospem barbante e articulam prosa molenga. Em Natal temos uma artéria no centro da cidade que reúne uma clientela oriunda dos mais humildes arredores da cidade, conhecido e por demais famoso como sendo o "BECO DA LAMA". Estranha-se que nestes ambientes desprovidos do cumprimento das convenções sociais sempre há um espaço reservado, como já mencionado. Em Natal, no famoso BECO DA LAMA, observa-se que nos primeiros imóveis do beco, cerca de cinco imóveis, encontram-se instalados bares e restaurantes dentro dos padrões que norteiam os transeuntes quanto à restrita freguesia de pessoas oriundas da citadina classe média.

Em Mossoró, encontramos na rua Francisco Peregrino (BECO DAS FRUTAS) o mesmo perfil e a mesma feição clientelista do "Beco da Lama". Todos os anos, no período da festa de "Santa Luzia", é comum o grande afluxo de pessoas que aportam em nossa amada paróquia e terra de Santa Luzia. Nesse cenário, os inveterados bêbados cuspidores de barbante, oriundos de outras plagas oestanas, ao passarem defronte ao bar de Sêo Sebastião Lopes Bezerra, gente da boa gente de Upanema, do clã Marques Bezerra, entrelaçados ao povo bom da fazenda "Poré", deparam-se com a cara de poucos amigos de Sêo Sebastião - espécie de Sêo Lunga mossoroense. Alguns ainda atrevem-se a solicitarem uma dose de aguardente, cascaveando alguns vinténs nos bolsos, recebendo a imediata resposta de que "acabou-se o estoque da cachaça". Pois bem ! nesse reduto, deparei-me com inusitada cena protagonizada pelo famoso "Nego Rubens Dias", fidedigno amigo do Carlus Augustus Rosadus e um de seus amigos por nome Santos de Cipriano. Conversa vai e conversa vem, eis que o Nego Rubens alardeia que em uma das viagens feitas à Mossoró pela então governadora Rosalba Rosadus, no pomposo avião do governo do estado, fora convidado via telefone pelo governador de fato Carlus Augustus para acompanhá-lo rumo à capital do estado, tendo ele aceito prontamente o honroso convite. Após o Nego Rubens tecer longo discurso de largo prestígio com o C.A, eis que o Santos de Cipriano disparou:

- Agora você vai ter que se conformar que o seu grande amigo Carlus Augustus não é mais o governador de fato!. Vá logo tratando de comprar novos arreios para a burra do seu amigo "Zé da Burra" descontar nas "corridas' pra lhe levar, bêbado, do bar de Sêo Sebastião até a sua casa!. Diante tão acertada afirmativa, houve grandes gargalhadas dos curiosos presentes. Só restou ao Nego Rubens cerrar fileiras com os que riam desbragadamente de tão oportuna observação.

Por Marcos Pinto - 02.01.2015