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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Os Rosados e a "teoria do abrir compasso"

Aplicando o processo da analogia nos fatos superpostos no tempo, percorri os anais da história política do Rio Grande do Norte, numa viagem mais que centenária. Iniciei pelo Território/Província, até os dias do Estado do RN atual. Estupefacto, deparei-me com a certeza conclusiva de não ter encontrado nenhuma teoria semelhante à que encima este despretensiosos artigo. A afirmativa cinge-se ao “MODUS OPERANDI” da sua aplicabilidade ao contexto do cenário político. 

O “interessante” é que esta teoria consiste no princípio de que É PRECISO DIVIDIR PARA CONTINUAR A DOMINAR. 

O processo de implantação deste teoria ocorreu após múltiplas e secretas reuniões familiares do clã ROSADO, conforme depoimento pessoal de um componente familiar, cujo nome tenho por dever reservar. 

Há que se fazer a observação de que a OLIGARQUIA ROSADO só adotou e instituiu esse MODUS OPERANDI na política mossoroense ante a configuração da realidade política vivida no pleito de 1982. O então candidato Dix-Huit Rosado só não amargou derrota naquele ano dado á engenharia política maquiavelicamente adotada por Vingt Rosado e o não menos arguto Aluízio Alves. 

Tudo caminho para o favorecimento do acordo ALUÍZIO/VINGT: mesmo o então Deputado Vint sabendo que fora Aluízio o artífice da engenharia política que ceifou por três vezes a ascensão de Dix-Huit ao governo do RN, só lhe restava a alternativa de junção das forças em 1982, adotando neste mesmo ano, o famoso VOTO CAMARÃO. E se assim não tivesse agido o Sr. Vingt Rosado, a candidatura Dix-Huit teria ido à bancarrota, posto que PDS-2 em Mossoró era comandado pelo Deputado Antônio Florêncio, que previamente acordado com Vingt e Dix-Huit, lançaram a candidatura do jornalista/economista Canindé Queiroz a prefeito, dividindo, assim, o palanque e as hostes oposicionistas de/em Mossoró em 1982. 

Ante o visível crescimento da oposição, só restou aos ROSADO a adoção e aplicabilidade da teoria do “ABRIR COMPASSO”, dividindo o grupo político/familiar/oligárquico numa simulação  perfeita de cisão, aos olhos da plebe ignara. Observe-se, ainda, que Dix-Huit teve seis anos para forjar esse ardil político, e só há apenas trinta dias da realização do pleito de 1988 é que entraram em cena os atores-móres Dix-Huit e Vingt, para alavancar e incutir na opinião pública a impressão e a “certeza” de que estavam “realmente  rompidos”, eis que Vingt fazia malversação do dinheiro público.  Numa sincronia adredemente combinada, veio a resposta do velho alcaide Dix-Huit, em um comício com ares de comédio-bufa. Com voz embargada e com postura de pássaro ferido no peito, respondeu, ante a multidão que esperava, ansiosa, pela resposta: No meu abatedouro frigorífico o sangue é o primeiro apodrece; Vejam se estas mãos grandes tem o cheiro do Zinabre do dinheiro público! – exclamou, com a voz embargada e ao mesmo tempo profissional. 

No que diz respeito à cisões, os cientistas políticos têm observado o desenrolar das dissidências em grupos políticos compostos por elementos de diferentes famílias. O eminente Professor Doutor JOSÉ LARCERDA ALVES FELIPE, trouxe esta teoria ESPOSADA â lume, em sua célebre obra intitulada “OS ROSADOS E O PAÍS DE MOSSORÓ”. Esta maquiavélica teoria do “ABRIR COMPASSO”, foi adotada pelos Rosados como princípio, meio e fim ideológico. 

SINTESE HISTÓRICA DA TEORIA DO COMPASSO 

Pleito de 1988: 

Num jogo de cenas e de cartas marcadas, eis que surgem os candidatos de DIX-HUIT E VINGT: Rosalba e Laíre, ambos oriundos do clã ROSADO. Conclusão: o simulado entrevero político familiar, eivado de acusações recíprocas, adredemente combinadas, ofuscou o desempenho do candidato do PT(Chagas Silva) ante o povo, cujo candidato apresentava perfil de eficaz oposicionista. 
Repete-se o cenário da teoria do “ABRIR COMPASSO”. 

Pleito de 1992: 

DIX-HUIT -  Candidato “laranja” de Rosalba Rosado 
DIX-HUIT – O verdadeiro candidato dos Rosado. 
REALIDADE: Nos bastidores a existência do “corpo mole” de Rosalba e seu grupo, favorecendo assim o tio Dix-Huit. 

Pleito de 1996: 

VALTÉRCIO SILVEIRA – Candidato “laranja”m de Dix-Huit. 
ROSALBA ROSADO – Candidata do clã Rosado. 
SANDRA ROSADO – Candidata do clã Rosado. 

Pleito de 2000 

ROSALBA ROSADO – Candidata do clã Rosado. 
FAFÁ ROSADO – Candidata do clã Rosado. 

REALIDADE: Pífio desempenho da candidata do PT, dado à adoção da neófita teoria da “acomodação dos contrários”. Com a convocação de antigas e exponenciais figuras do PT(leia-se Chagas Silva, Aécio Cândido e outros)m para comissionados, nos órgãos públicos comandados pelos ROSADOS. Favorecimento à bipolarização das candidatas do clã Rosado. 

E os ROSADO fizeram escola. Em Grossos, o pleito de 1996 envolveu dois candidatos sui-gêneres: o pai e o filho. Em Messias Targino, o pleito de 1996 levou dois primos da família JALES ao embate, com direito à repetição em 2000. 
E assim a ressonância triste do SECULUM SECULORUM. AMÉM! 
Será que no próximo ano o povo dirá? 
VÁ DE RETRO SATANÁS!

Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Forjaram fatos na história de Mossoró

Tenho encontrado, não raro, fatos descritos por alguns historiadores e pesquisadores desta “Província”, completamente divorciados da realidade geradora da história. Em uns percebe-se a intenção deliberada de ocultar algum libelo ou vício que recai sobre um protagonista; em outros a evidência em projetar algum parente ou amigo, aureolados pela prática de um ato heroico nunca praticado. 

Cito como exemplo a versão criada pelo clã Rosado e remuneradamente adotado por Câmara Cascudo, Edgar Barbosa e Raimundo Nonato da Silva, de que a viagem em que perecera Dix-Sept Rosado tinha como objetivo ultimar empréstimo de trinta milhões de cruzeiros com os quais ampliaria os serviços de abastecimento d’água de Natal, Mossoró e Caicó. 

O renomado João Maria Furtado, em sua inexpugnável obra intitulada “Vertentes”, publicada no Rio de Janeiro em 1976, pela gráfica Olímpica, contesta esta deslava versão, com argumento eivados de rasgos de veracidade, cuja teste contestatória constada no livro “A(Re)Invenção do Lugar – Os Rosados e o “País de Mossoró” do prof. Dr. José Lacerda Alves Felipe, com o seguinte teor: “Outras vozes davam objetivo diferente e menos mitológico à referida viagem, pois seu sentido real, estava relacionado à resolução de problemas criados com a partilha dos cargos estaduais entre lideranças e os partidos que elegeram Dix-Sept e que compuseram, portanto a “Aliança Democrática”, na qual Café Filho, julgando-se Presidente da República, nomeando apenas seus correligionários para cargos federais do Estado”. 

Em que pese os relevantes serviços prestado à cultura, pelo prof. Ving-um Rosado, oberva-se a intenção deste em fixar o falecido irmão Dix-Sept como herói cívico, como mártir que se sacrificou pela resolução do problema de água em Mossoró e no RN, afirmando que a “água era a própria história dos Rosado a começar do velho patriarca” (vi livro de sua autoria “O Protocolo de Mossoró:...Coleção Mossoroense – 1998). 

Quando Ving-um Rosado foi eleito prefeito de Mossoró em 1952 teve como uma das primeiras metas adotada a contratação dos historiadores Câmara Cascudo e Edgar Barbosa para, sob o “incentivo” de larga remuneração, utilizarem seus conhecidos naipes literários para traçarem uma espécie de culto a personalidade, atribuindo conotações heroico/históricas às pessoas de Jerônimo Rosado, Dix-Sept Rosado e Ana Floriano, respectivamente pai e irmão de Vingt, e bisavó paterna da esposa de Vingt. 

Assiste razão a Juarez Távora quando afirma que “O memorialista conta o que quer, o historiador deve contar o que sabe”. A história deve ser contada a partir de documentos oficiais, e estes sepultam definitivamente a versão de que Ana Floriano comandou o famoso Motim das Mulheres, se não vejamos: em ofício datado de 4 de setembro de 1875, o então Juiz de Direito de Mossoró, Bel. José Antônio Rodrigues, comunica ao Presidente da Província do RN, dente outros itens que: “Presenciaria esta cidade a farsa mais ridícula... de um grupo de 50 a 100 mulheres mal aconselhadas por seus maridos e parente, e capitaneadas por D. Maria Filgueira, mulher de Antônio Filgueira Secundes, D. Joaquina de Tal, mulher do camarista Silvério Ciríaco de Souza, e D. Ana de Tal, mãe de Jeremias da Rocha Nogueira... (vide livro Escóssia – 2ª Edição – pags 130-132 – Coleção Mossoroense – Vol. 989). D. Maria Filgueira era a mãe do Major Romão Filgueira. 

O pesquisador/historiadora Lauro da Escócia fez, ainda, os seguintes enxertos históricos inexplicáveis: “Que o Motim das Mulheres era composto por cerca de 300 mulheres; - que Ana Floriano se armara com um espeto de ferro e postara-se na Agência Consular portuguesa em Mossoró, em uma escada, defendendo o filho Jeremias, José Damião e Ricardo Vieira do Couto, no atentado praticado por Rafael Arcanjo da Fonseca e outros, no dia 1º de janeiro de 1875. Que Ana teria dito: “Quem subir a escada morre na ponta deste espero!”. 

Vejamos o que diz o sobrinho-neto de Lauro, o jornalista Cid Augusto, em seu livro acima citado – pág. 153: “Contrariando a versão mencionada anteriormente, Jeremias presta, em seu texto, solidariedade a José Damião e ao Agente Consular Frederico Antônio Carvalho, o que pode significar que ele e Ricardo Vieira do Couto não estavam presentes no local do acontecimento, a Agência Consular Portuguesa. Em momento algum Jeremias se refere à Ana Floriano”. Jeremias faleceu em 1881. 

Há que ressaltar que o próprio Cid Augusto, homem de reconhecido talento literário, procura, de forma incontida e insubsistente, infundir a ideia de que Jeremias da Rocha Nogueira (sem ascendente) encarnara a ideia abolicionista. Todos os documentos são unânimes na configuração de que Mossoró teve desencadeado o movimento libertário somente em janeiro de 1883, culminando em 30 de setembro do mesmo ano. O resto é coisa para ser contada no “arco da velha” ou na Povoa do Varzim”. 

Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense. 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Criação da Freguesia e do Termo de Santa Luzia de Mossoró

1842 e 1850 - Pela Lei Provincial nº 87, de 27 de outubro de 1842, e pela Lei Provincial nº 246, de 15 de março de 1850, foram criados a freguesia e o termo de Santa Luzia de Mossoró, com território desmembrado do município do Apodi.

Fonte: Flagrantes das Várzeas do Apodi - José Leite(Separara de Pré-Lançamento).