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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Subsídios para a história da Rua Georgino Avelino

O painel da geografia humana revela, com as cores acentuadas das reminiscências, o perfil de homens e fatos que delimitaram, outrora, as imagens cotidianas de nossas ruas. As nossas artérias surgiram com suas minudências históricas determinando a denominação toponímica. Antigas ruas que ainda são lembradas nas crônicas e nas tradições orais. Fartas nas referências. 

“Sêo” Chico Beato foi um desses cultores do passado. Era detentor da capacidade da descrição rigorosamente honesta de fatos e pessoas, que poderiam figurar em qualquer antologia que procurasse o retrato da memória fotográfica. Nele, o passado era como um rio perene, correndo num estuário de saudades. Com que emoção narrava fatos e pretéritos: - ressuscitando sombras vagas, esmaecidas nas lembranças fixadas na memória de uma cidade esquecida. A sua narrativa saudosista nos fazia lembrar que “o coração morre logo, a vida morre depois”. 

A Rua GEORGINO AVELINO em as seguintes características: Encontra-se encravada no bairro Bom Jardim; tem o seu início ao lado do Colégio Joaquim Felício de Moura, e do ginásio poliesportivo. Esta rua recebeu, de início, a denominação de 13 de Maio. O seu surgimento teve como fatos motivante a construção de sete casas com frente de tijolos e o resto de taipa, com beira e bica. Foram construídas em 1922, com recursos próprios do velho Zé Diabo(José Floriano de Oliveira). Estas casas começam onde hoje esta edificada a Igreja Batista, continuando-se as demais na rua que passa em frente à citada igreja. Àquela época esse trecho era tido como subúrbio da cidade. A construção destas casas despertou no Sr. Antônio Chaveiro a vontade de também possuir um rústico condomínio residencial térreo. E se assim idealizou, assim concretizou. Mandou edificar nove casas que situavam-se, na época, onde atualmente existe um treco de rua feito no lugar onde existiam galpões da indústria de óleo vegetal denominada “BRASIL OITICICA”, pertencente ao opulento grupo Alfredo  Fernandes e Cia. Esse treco de demanda a Av. Rio Branco, em direção à Uniped, cruzamento da Georgino com Alberto Maranhão. 

Dias casas de Antônio Chaveiro situavam-se em lugar ermo e desabitado, o que motivou a procura destes imóveis por mulheres de vida mundana. Mediante ínfimo pagamento de aluguel, instalam-se precariamente para mercadejarem seus corpos e suas almas. Daí ficou sendo a área de meretrício. Cansado da vida atribulada de seu cortiço, resolveu Antônio Chaveiro vender as novas casas ao velho Terto Diabo, que, incontinenti, compro-as, mandando edificar  duas casas todas no tijolo, anexar às mesmas. De bate-pronto, o velho Terto batizou àquele aglomerado de casebres com o jocoso apelido de JABURU. 

O mérito de fundador da rua Georgino Avelino deve-se atribuir ao pernambucano de Recife, Sr. MANOEL VILA, que adquiriu por compra o já famoso Jaburu. O certo é que Manoel passou a construir, aqui e acolá – um quarto que, de preferência, alugava- a ma prostitua. Estendeu-se, assim, a área prostibular, em direção ao centro da cidade. Os primeirs imóveis desta rua sediaram os bares de Manoel Capé de João Linhares, natural das “Pedrinha”. Com o passar dos aos, os imóveis da rua passaram à pertencerem à família de conduta ilibada. 
Quem não se lembra de que, na rua em que viveu a infância, havia sempre um aceno de amizade, um sorriso, um adeus, uma imagem do tempo, um doce retrato da vida?

Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Um museu com "estupro arquitetônico"

Museu Histórico Lauro dá Escóssia, onde antigamente funcionava o Edifício do Paço Municipal(Prefeitura Municipal de Mossoró)




Passando em revista os meus alfarrábios, encontrei um artigo do pesquisador WILSON BEZERRA DE MOURA, com o título “Conclamação”, em que entre outros itens afirma: “Bradamos pela conservação dos valores históricos de Mossoró, ao observamos que aos poucos estão se extinguindo. Da maneira como a coisa vai caminhando daqui a alguns anos não vamos ter nada que para garantir a existência do passado em nossa região. Não mais que de repente lembrei-me do mais que centenário PAÇO MUNICIPAL, onde hoje sedia o Museu Histórico “Lauro da Escóssia”. 

Quantos suores e lágrimas se misturam durante sua construção. Afirmam os anais históricos que a mão de obra empregada compunha-se, em quase sua totalidade, por famintos e magérrimos “retirantes”, oriundos dos sertões do oeste potiguar. Foram necessários três sofríveis anos para a sua construção – três grandes anos de calamitosa seca (1877-1879). 

Lembro do meu olhar inaugural sobre aquelas venerandas e majestosas paredes; da emoção de respirar aquela atmosfera; de senti-lo como espécie de alma avoenga, evidenciando em sua arquitetura a postura de um capataz dos mistérios circundantes. 

Encontrava-me no exercício do cargo de Diretor do Museu, quando um início de “estupro arquitetônico” evidenciara-se por ocasião dos trabalhos de restauração (os arquitetos e os engenheiros só pensavam em reformar). Certo dia, adentrei-o para observar o andamento dos serviços, e qual não foi a minha surpresa ao observar, com pungência, um processo inicial de escavação na base das grades das celas. Incontinenti, dirigi-me ao mestre de obras, e perguntei-lhe se o mesmo havia recebido determinação para a retirada das antigas grades, no que fui pelo mesmo, informado, de que a Sra. Prefeita assim deliberara com o Secretário Yuri Pinto. Como nunca tivera tido acesso à Sra. Prefeita (pasmem!), procurei enveredar pela deliberações sem a utilização de “artifícios”, para a solução do problema. 

Nas hostes administrativas, os mais credenciados acolheram a notícia com incredulidade. Mas que isto, com indiferença. Viviam o contexto da perspectiva nadificante, perseguindo sombras e construindo com areia solta. Sem nunca ter recebido manifestação de interação na mecânica da lógica administrativa, por parte da prefeita, exceto rápidos comprimentos de puro caráter público, restou-me a iniciativa, aliás, salvadora de convocar a imprensa para que a mesma, valendo-se do seu conhecido potencial midiático, impedisse a consumação de tamanho “estupro arquitetônico”. Divulgado este ato atentatório à dignidade da história, coube à chefe do executivo determinar a não execução da retirada das grades. A história, com certeza amalgamou os valores nas crenças retilíneas da imprensa mossoroense, neste triste episódio. 

Repetiu-se o atentado. O engenheiro e o arquiteto responsáveis pelos trabalhos de restauração “estupraram” duplamente a arquitetura do museu, com a abertura de duas portas nas duas celas que situam-se no frontispício do edifício, dando acesso ao muro do mesmo. A ferocidadeem descaracterizar a arquitetura original, levada a este extremo(acolitados pela prefeita e seu vice) deixa de pertencer a critica para a passar à competência da psicologia patológica. Embora a indiferença das autoridades (que deveriam impedir) resvalasse para o total desrespeito à história, beirando as raias de uma estupidez imensurável, conclamei os Srs. Wilson Bezerra de Moura e Raimundo de Brito, respectivamente Presidente do ICOP e da AMOL (Instituto Cultural do Oeste Potiguar e Academia Mossoroense De Letras) para que, juntos empreendêssemos uma espécie de CRUZADA, objetivando o restabelecimento da arquitetura original, com o competente fechamento das portas abertas nas celas, com os mesmos antigos tijolos que foram retirados de seus lugares de origem, Raimundo e Wilson revelaram denodo e abnegação à causa, cerando fileiras por esta nobilíssima causa. 

Novamente este duplo “estupro arquitetônico” e conclamando às pessoas da Prefeita e do Presidente da FMC para que sanassem o atentado cometido à história. O Sr. Gonzaga Chimbinho marcou reunião com todas as instituições culturais da cidade para apreciação do caso em tela. À unanimidade, foram veemente pelo fechamento das portas abertas nas celas. Puro jogo de cena da FMC e a Sra. Prefeita, uma vez que o Museu continua com as suas duas celas da frente do prédio literalmente “estupradas”. Restou configurada a mudez espectral, deteriorante, inqualificável com que sempre se portaram muitos dos que deveriam envergar a armadura da vestimenta moral na defesa do patrimônio histórico, que nos infunde ascendência moral e veneração instintiva. 

O historiador Ving-Un Rosado, incansável batalhador da cultura potiguar, numa trajetória mais que cinquentenária, também tem sido um baluarte na defesa do nosso patrimônio histórico, quando na defesa deste. Em artigo contido nos cinco volumes das “Sesmarias do Rio Grande do Norte”, de 08.03.2000, manifestava sua preocupação com os trabalhos de restauração do Museu, afirmando que “os engenheiros precisam conversar mais com Raimundo Soares de Brito e Marcos Pinto”. 

Que destino dado a vasta quantidade de documentos existentes no antigo prédio onde funcionou o escritório R.F.S.A, que foi comprado pela prefeitura de Mossoró em 2000? Onde estarão os dois tróileres e a imensa quantidade de chaves e ferramentas que eram largamente empregadas na manutenção das máquinas de trem e da linha férrea Mossoró-Souza, guardadas no galpão da atual Estação das Artes? 

Ah a coerência! A vida é dialética, é sujeição do real ao inesperado – transgride sempre as regras e, principalmente, as de exceção. 

Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense.  
22.08.2001. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Os Rosados e a "teoria do abrir compasso"

Aplicando o processo da analogia nos fatos superpostos no tempo, percorri os anais da história política do Rio Grande do Norte, numa viagem mais que centenária. Iniciei pelo Território/Província, até os dias do Estado do RN atual. Estupefacto, deparei-me com a certeza conclusiva de não ter encontrado nenhuma teoria semelhante à que encima este despretensiosos artigo. A afirmativa cinge-se ao “MODUS OPERANDI” da sua aplicabilidade ao contexto do cenário político. 

O “interessante” é que esta teoria consiste no princípio de que É PRECISO DIVIDIR PARA CONTINUAR A DOMINAR. 

O processo de implantação deste teoria ocorreu após múltiplas e secretas reuniões familiares do clã ROSADO, conforme depoimento pessoal de um componente familiar, cujo nome tenho por dever reservar. 

Há que se fazer a observação de que a OLIGARQUIA ROSADO só adotou e instituiu esse MODUS OPERANDI na política mossoroense ante a configuração da realidade política vivida no pleito de 1982. O então candidato Dix-Huit Rosado só não amargou derrota naquele ano dado á engenharia política maquiavelicamente adotada por Vingt Rosado e o não menos arguto Aluízio Alves. 

Tudo caminho para o favorecimento do acordo ALUÍZIO/VINGT: mesmo o então Deputado Vint sabendo que fora Aluízio o artífice da engenharia política que ceifou por três vezes a ascensão de Dix-Huit ao governo do RN, só lhe restava a alternativa de junção das forças em 1982, adotando neste mesmo ano, o famoso VOTO CAMARÃO. E se assim não tivesse agido o Sr. Vingt Rosado, a candidatura Dix-Huit teria ido à bancarrota, posto que PDS-2 em Mossoró era comandado pelo Deputado Antônio Florêncio, que previamente acordado com Vingt e Dix-Huit, lançaram a candidatura do jornalista/economista Canindé Queiroz a prefeito, dividindo, assim, o palanque e as hostes oposicionistas de/em Mossoró em 1982. 

Ante o visível crescimento da oposição, só restou aos ROSADO a adoção e aplicabilidade da teoria do “ABRIR COMPASSO”, dividindo o grupo político/familiar/oligárquico numa simulação  perfeita de cisão, aos olhos da plebe ignara. Observe-se, ainda, que Dix-Huit teve seis anos para forjar esse ardil político, e só há apenas trinta dias da realização do pleito de 1988 é que entraram em cena os atores-móres Dix-Huit e Vingt, para alavancar e incutir na opinião pública a impressão e a “certeza” de que estavam “realmente  rompidos”, eis que Vingt fazia malversação do dinheiro público.  Numa sincronia adredemente combinada, veio a resposta do velho alcaide Dix-Huit, em um comício com ares de comédio-bufa. Com voz embargada e com postura de pássaro ferido no peito, respondeu, ante a multidão que esperava, ansiosa, pela resposta: No meu abatedouro frigorífico o sangue é o primeiro apodrece; Vejam se estas mãos grandes tem o cheiro do Zinabre do dinheiro público! – exclamou, com a voz embargada e ao mesmo tempo profissional. 

No que diz respeito à cisões, os cientistas políticos têm observado o desenrolar das dissidências em grupos políticos compostos por elementos de diferentes famílias. O eminente Professor Doutor JOSÉ LARCERDA ALVES FELIPE, trouxe esta teoria ESPOSADA â lume, em sua célebre obra intitulada “OS ROSADOS E O PAÍS DE MOSSORÓ”. Esta maquiavélica teoria do “ABRIR COMPASSO”, foi adotada pelos Rosados como princípio, meio e fim ideológico. 

SINTESE HISTÓRICA DA TEORIA DO COMPASSO 

Pleito de 1988: 

Num jogo de cenas e de cartas marcadas, eis que surgem os candidatos de DIX-HUIT E VINGT: Rosalba e Laíre, ambos oriundos do clã ROSADO. Conclusão: o simulado entrevero político familiar, eivado de acusações recíprocas, adredemente combinadas, ofuscou o desempenho do candidato do PT(Chagas Silva) ante o povo, cujo candidato apresentava perfil de eficaz oposicionista. 
Repete-se o cenário da teoria do “ABRIR COMPASSO”. 

Pleito de 1992: 

DIX-HUIT -  Candidato “laranja” de Rosalba Rosado 
DIX-HUIT – O verdadeiro candidato dos Rosado. 
REALIDADE: Nos bastidores a existência do “corpo mole” de Rosalba e seu grupo, favorecendo assim o tio Dix-Huit. 

Pleito de 1996: 

VALTÉRCIO SILVEIRA – Candidato “laranja”m de Dix-Huit. 
ROSALBA ROSADO – Candidata do clã Rosado. 
SANDRA ROSADO – Candidata do clã Rosado. 

Pleito de 2000 

ROSALBA ROSADO – Candidata do clã Rosado. 
FAFÁ ROSADO – Candidata do clã Rosado. 

REALIDADE: Pífio desempenho da candidata do PT, dado à adoção da neófita teoria da “acomodação dos contrários”. Com a convocação de antigas e exponenciais figuras do PT(leia-se Chagas Silva, Aécio Cândido e outros)m para comissionados, nos órgãos públicos comandados pelos ROSADOS. Favorecimento à bipolarização das candidatas do clã Rosado. 

E os ROSADO fizeram escola. Em Grossos, o pleito de 1996 envolveu dois candidatos sui-gêneres: o pai e o filho. Em Messias Targino, o pleito de 1996 levou dois primos da família JALES ao embate, com direito à repetição em 2000. 
E assim a ressonância triste do SECULUM SECULORUM. AMÉM! 
Será que no próximo ano o povo dirá? 
VÁ DE RETRO SATANÁS!

Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Forjaram fatos na história de Mossoró

Tenho encontrado, não raro, fatos descritos por alguns historiadores e pesquisadores desta “Província”, completamente divorciados da realidade geradora da história. Em uns percebe-se a intenção deliberada de ocultar algum libelo ou vício que recai sobre um protagonista; em outros a evidência em projetar algum parente ou amigo, aureolados pela prática de um ato heroico nunca praticado. 

Cito como exemplo a versão criada pelo clã Rosado e remuneradamente adotado por Câmara Cascudo, Edgar Barbosa e Raimundo Nonato da Silva, de que a viagem em que perecera Dix-Sept Rosado tinha como objetivo ultimar empréstimo de trinta milhões de cruzeiros com os quais ampliaria os serviços de abastecimento d’água de Natal, Mossoró e Caicó. 

O renomado João Maria Furtado, em sua inexpugnável obra intitulada “Vertentes”, publicada no Rio de Janeiro em 1976, pela gráfica Olímpica, contesta esta deslava versão, com argumento eivados de rasgos de veracidade, cuja teste contestatória constada no livro “A(Re)Invenção do Lugar – Os Rosados e o “País de Mossoró” do prof. Dr. José Lacerda Alves Felipe, com o seguinte teor: “Outras vozes davam objetivo diferente e menos mitológico à referida viagem, pois seu sentido real, estava relacionado à resolução de problemas criados com a partilha dos cargos estaduais entre lideranças e os partidos que elegeram Dix-Sept e que compuseram, portanto a “Aliança Democrática”, na qual Café Filho, julgando-se Presidente da República, nomeando apenas seus correligionários para cargos federais do Estado”. 

Em que pese os relevantes serviços prestado à cultura, pelo prof. Ving-um Rosado, oberva-se a intenção deste em fixar o falecido irmão Dix-Sept como herói cívico, como mártir que se sacrificou pela resolução do problema de água em Mossoró e no RN, afirmando que a “água era a própria história dos Rosado a começar do velho patriarca” (vi livro de sua autoria “O Protocolo de Mossoró:...Coleção Mossoroense – 1998). 

Quando Ving-um Rosado foi eleito prefeito de Mossoró em 1952 teve como uma das primeiras metas adotada a contratação dos historiadores Câmara Cascudo e Edgar Barbosa para, sob o “incentivo” de larga remuneração, utilizarem seus conhecidos naipes literários para traçarem uma espécie de culto a personalidade, atribuindo conotações heroico/históricas às pessoas de Jerônimo Rosado, Dix-Sept Rosado e Ana Floriano, respectivamente pai e irmão de Vingt, e bisavó paterna da esposa de Vingt. 

Assiste razão a Juarez Távora quando afirma que “O memorialista conta o que quer, o historiador deve contar o que sabe”. A história deve ser contada a partir de documentos oficiais, e estes sepultam definitivamente a versão de que Ana Floriano comandou o famoso Motim das Mulheres, se não vejamos: em ofício datado de 4 de setembro de 1875, o então Juiz de Direito de Mossoró, Bel. José Antônio Rodrigues, comunica ao Presidente da Província do RN, dente outros itens que: “Presenciaria esta cidade a farsa mais ridícula... de um grupo de 50 a 100 mulheres mal aconselhadas por seus maridos e parente, e capitaneadas por D. Maria Filgueira, mulher de Antônio Filgueira Secundes, D. Joaquina de Tal, mulher do camarista Silvério Ciríaco de Souza, e D. Ana de Tal, mãe de Jeremias da Rocha Nogueira... (vide livro Escóssia – 2ª Edição – pags 130-132 – Coleção Mossoroense – Vol. 989). D. Maria Filgueira era a mãe do Major Romão Filgueira. 

O pesquisador/historiadora Lauro da Escócia fez, ainda, os seguintes enxertos históricos inexplicáveis: “Que o Motim das Mulheres era composto por cerca de 300 mulheres; - que Ana Floriano se armara com um espeto de ferro e postara-se na Agência Consular portuguesa em Mossoró, em uma escada, defendendo o filho Jeremias, José Damião e Ricardo Vieira do Couto, no atentado praticado por Rafael Arcanjo da Fonseca e outros, no dia 1º de janeiro de 1875. Que Ana teria dito: “Quem subir a escada morre na ponta deste espero!”. 

Vejamos o que diz o sobrinho-neto de Lauro, o jornalista Cid Augusto, em seu livro acima citado – pág. 153: “Contrariando a versão mencionada anteriormente, Jeremias presta, em seu texto, solidariedade a José Damião e ao Agente Consular Frederico Antônio Carvalho, o que pode significar que ele e Ricardo Vieira do Couto não estavam presentes no local do acontecimento, a Agência Consular Portuguesa. Em momento algum Jeremias se refere à Ana Floriano”. Jeremias faleceu em 1881. 

Há que ressaltar que o próprio Cid Augusto, homem de reconhecido talento literário, procura, de forma incontida e insubsistente, infundir a ideia de que Jeremias da Rocha Nogueira (sem ascendente) encarnara a ideia abolicionista. Todos os documentos são unânimes na configuração de que Mossoró teve desencadeado o movimento libertário somente em janeiro de 1883, culminando em 30 de setembro do mesmo ano. O resto é coisa para ser contada no “arco da velha” ou na Povoa do Varzim”. 

Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense. 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Criação da Freguesia e do Termo de Santa Luzia de Mossoró

1842 e 1850 - Pela Lei Provincial nº 87, de 27 de outubro de 1842, e pela Lei Provincial nº 246, de 15 de março de 1850, foram criados a freguesia e o termo de Santa Luzia de Mossoró, com território desmembrado do município do Apodi.

Fonte: Flagrantes das Várzeas do Apodi - José Leite(Separara de Pré-Lançamento).