Ainda hoje o comportamento de quem administra a coisa pública, guarda a mesma feição de antigamente. É, portanto, lógico, se entender que as luzes do passado iluminam o presente.
Lá para o ano de 1910, estava o tenente Coronel Antônio Soares do Couto, conforme escritos da Coleção Mossoroense, 2ª Edição, volume XXXI, 1980, prestado contas de sua atuação como Intendente do Município de Mossoró, ao Conselho de Intendente. O relatório sintetizava sua ação administrativa no triênio 1908-1910. Um caprichoso balanço da receita e despesa foi apreciado pelo Conselho de Intendente, relativo ao período de 1908-1910, fundamentado na lei nº 19, de 12.09.1908 e o Regulamento nº 20, de 02.12.1908.
Dos títulos constantes no relatório, o Intendente fez questão de frisar bem a saúde pública. Justificou plenamente a despesa com essa rubrica, a epidemia de sarampo que tomou conta da cidade. Mencionou a ação enérgica do legado da higiene municipal, hoje, naturalmente, o cargo de secretário da saúde, exercido naquela época pelo Dr. Almeida Castro.
Outra preocupação da administração do Intendente Antônio Soares do Couto foi quanto à urbanização da cidade de Mossoró, uma cidade de clima quente, necessitava, na visão do Intendente, de um planto de tamarineira, algodão do Pará, joazeiro, e em alguns casos, mangueira. Para isso teve a municipalidade de adquirir um moinho importado, comprado da firma Schill e Cia, compra que foi feita numa casa lá no Rio de Janeiro. Era um moinho e uma bomba de aço, com capacidade de extrair 8.000 litros d’água do cacimbão que o Intendente mandou cavar para o abastecimento de água, suficiente para aguar a arborização da cidade. Interessante que para esse mesmo fim teve de ser comprada uma carroça completa, com dois jumentos, para o serviço do abastecimento.
A instrução pública mereceu cuidados especiais do Intendente. Dizia ele que “jamais será demasiada a atenção que se dispensar a este ramo de serviço publico”. É prova contundente de que a educação mereceu atenção especial. Aos 9 de fevereiro de 1908, foi nomeado o cidadão Bento Praxedes para o cargo de delegado escolar das aulas municipais.
Foram criadas uma cadeira noturna para o sexo masculino em Mossoró, outra para a localidade de Macambira e mais outra para o povoado de Porto, desta feita para o sexo feminino. De maneira que para atender a essa expansão do ensino municipal, contratou o Intendente os professores: Manuel Teixeira de Holanda, Dona Maria Guará, Marcolino de Melo, Manoel Antônio de Albuquerque, Alcebíades E. de Souza, Francisco Vicente Gomes, Manoel João da Costa, Antônio Matias. Todos eles com atuação na cidade e região do município de Mossoró.
Um fato marcante na educação, ao tempo do Intendente Antônio Soares do Couto, foi a criação pelo decreto 180 de 15.11.1908, do Exmo. Senhor Governador do Estado, Dr. José Augusto Bezerra de Medeiros. Essa escola veio impulsionar o ensino no município de Mossoró, por sinal ainda hoje existe. Por ela passaram grandes vultos da cultura mossoroense.
Por Wilson Bezerra de Moura
Fonte: Jornal Caderno de Domingo, Mossoró.
Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Mossoro - Portal Fatos do RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário